José Mota, o Reciclador Mágico
Há 12 anos, Espinho era uma cidade com montanhas de lixo a norte, a sul, a leste e a oeste, garante José Mota.
Por isso, a sua sagacidade e sapiência fizeram-no prestar homenagem aos autarcas que, até ao seu reinado, terão mantido ou promovido essas montanhas de lixo.
Perante tão grandiloquentes provas de sagacidade e sapiência, acredito piamente na capacidade de José Mota para cumprir o que prometeu quando mandou deslocar as vetustas palmeiras da Avenida 8 para a Rua 32: fazê-las regressar ao seu canteiro de origem após a conclusão das obras de enterramento da linha do Norte. E acredito em muito mais. Porque, afinal, que teria sido de Espinho sem a clarividência de José Mota? Talvez a memória de uma cidadezinha cheia de montanhas de lixo, quiçá já submersa pelo mar.
Ora aqui vai um excerto de tão fecundo pensamento:
“(…) há 12 anos atrás, quando cheguei à câmara, tinha as ruas do concelho todas esburacadas, não tínhamos iluminação. A beira-mar era a velha Avenida 2 que foi restaurada por nós. A parte a norte do Casino era uma lixeira e hoje é uma avenida enorme requalificada. A Avenida 32 não existia, era uma montanha de lixo. Tínhamos a Piscina Solário Atlântico a cair de podre. Tínhamos a escola da Rua 23 que era uma montanha de lixo, tínhamos o Mercado Municipal que era outra montanha de lixo, a ex-Brandão Gomes também. Não tínhamos um espaço para uma actividade cultural, não tínhamos um espaço coberto em condições para fazer desporto. Tínhamos os cortes de ténis numa situação desagradável. Tudo isto mudou. Recuperamos tudo isto. Fizemos aqui investimentos de muitos milhões de contos e continuamos a investir. As obras são bem visíveis e Espinho está completamente diferente (…) eu tenho um grande respeito por eles [autarcas] e, aliás, muitos deles [autarcas] foram homenageados por mim como reconhecimento pelo trabalho que efectuaram. Eu sempre disse que cada um [autarca] fez o que pôde e soube à medida das possibilidades que foi tendo.”
José Mota, presidente da Câmara de Espinho, em entrevista ao Jornal de Espinho de 14 de Junho de 2006.